Segundo o Dicionário Houaiss, a etimologia do termo “aporofobia” advém da junção das palavras gregas “áporos” (pobres) e “fobos” (medo). Logo, significa “sentimento de aversão por quem é socialmente desfavorecido”. O conceito foi proposto nos anos 1990 pela filósofa Adela Cortina, professora catedrática de Ética e Filosofia Política da Universidade de Valência, na Espanha, para diferenciar essa atitude da xenofobia (que só se refere à rejeição ao estrangeiro) e do racismo (que é a discriminação por grupos étnicos).
No Brasil, esse termo ficou popularmente conhecido por intermédio das denúncias constantes desse descalabro, feitas pelo Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral Povo de Rua, em São Paulo.
Foto: internet
Tal aversão é evidenciada não só com palavras de ódio ou demonstrações de repulsa diante de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Um dos exemplos, talvez dos mais desumanos, é o que vemos quando passamos por viadutos e marquises repletos de pedras, vigas de metal ou barricadas para impedir que a população de rua se estabeleça nesses locais. E o que é ainda pior: a mando de autoridades, que deveriam, por lei, e a princípio, proteger essa população. Ao invés disso, relatos apontam para casos de agressões, confiscos de pertences de pessoas em situação de rua, e expulsões de seus abrigos improvisados, na tentativa de maquiar os centros urbanos.
Foto: internet
Foto: ONG A Nova Chance
O que muitos esquecem é que ninguém está livre de um dia passar por essa situação, e que, no frigir dos ovos, somos todos da mesma espécie humana, ainda que não se possa dizer o mesmo desse tipo de atitude e dos que a praticam.
O atual modelo capitalista, apesar de todas as suas benesses, reforçou uma ideologia individualista, que em muitos se reflete na falta de empatia por essa população. Poucas são as pessoas que conseguem tirar as vendas do egocentrismo e genuinamente se importar com o próximo. Alguns até aparentam fazê-lo, mas estão apenas em busca de likes e engajamento nas redes sociais, o que fomenta o oportunismo.
O trabalho de assistência social voltado para garantir os direitos dessa população e para tentar dirimir as consequências desse descaso é árduo. Diariamente batem à porta dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAs) um sem-número de assistidos com os mais diversos históricos e relatos.
Fora desses equipamentos municipais, há também a atuação voluntária e perseverante das Organizações Não Governamentais (ONGs), que muitas das vezes não se resume apenas a distribuir comida para essa população, entendendo que o problema vai bem além da fome. A aporofobia, associada à falta de investimento e interesse públicos, bem como a falta de cuidado com essa população, são entraves para que essas pessoas sejam reinseridas na sociedade, tenham oportunidades de emprego, moradia, estudo, saúde e tudo o mais a que elas têm direito.
E é nesse contexto em que as ONGs sérias trabalham, de fato, defendendo as pessoas em vulnerabilidade social e em situação de rua, e conscientizando a sociedade do seu dever cívico de promover a assistência aos menos favorecidos.
Conheça as diversas iniciativas sérias da sociedade civil, sob a forma de ONGs, que se propõem a prestar assistência a essa população cada vez mais desprezada. Uma delas é a ONG A Nova Chance. Para saber mais sobre ela, acesse nosso site e siga-nos em nossas redes sociais:
Website: www.anovachance.org
Facebook: https://www.facebook.com/onganovachance
Instagram: @onganovachance
Texto: Andressa Gatto
Comments